Se tu
viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora
dos mágicos cansaços,
Quando a
noite de manso se avizinha,
E me
prendesses toda nos teus braços...
Quando me
lembra: esse sabor que tinha
A tua
boca... o eco dos teus passos...
O teu riso
de fonte... os teus abraços...
Os teus
beijos... a tua mão na minha...
Se tu
viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas
dulcíssimas dum beijo
E é de seda
vermelha e canta e ri
E é como um
cravo ao sol a minha boca...
Quando os
olhos se me cerram de desejo...
E os meus
braços se estendem para ti...
Florbela
Espanca, in "Charneca em Flor"